terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fecho meu coração.



Hoje, neste ócio incerto
 Sem prazer nem razão , 
Como a um túmulo aberto 
Fecho meu coração.
 Na inútil consciência De ser inútil tudo, 
Fecho-o, contra a violência Do mundo duro e rudo. Mas que mal sofre um morto? 
Contra que defendê-lo?
 Fecho-o, em fechá-lo absorto, 
E sem querer sabê-lo. 






Fernando Pessoa,

Nenhum comentário:

Postar um comentário